Persuadidos que estamos, caros jovens, de que fomos todos criados para o Céu, devemos dirigir todas as nossas ações para alcançar este grande fim. A isto nos há de mover o prêmio que Deus nos promete, o castigo com que nos ameaça.Mas o que mais que tudo nos deve levar a amá-Lo e a servi-Lo, há de ser o grande amor que nos têm.Pois que, embora Ele ame a todos os homens, como obra de suas mãos, consagra todavia um afeto todo particular aos menino(a)s e acha as suas delícias em permanecer no meio deles: Deliciae meac esse cum filiis hóminum.Deus vos ama, porque de vós espera muitas boas obras; ama-vos porque estais numa idade simples, humilde, inocente e, por via de regra, não vos tornaste ainda vítima do inimigo infernal.
Há ainda outras provas não menores da especial benevolência que vos tem o Divino Redentor.Ele assegura que considera como feitos a si mesmo todos os benefícios que vos fizerem a vós e ameaça de maneira terrível os que vos escandalizam.
Eis as suas palavras: “Se alguém escandalizar a um destes pequeninos que crêem em Mim, melhor lhe fora que lhe atassem ao pescoço uma mó de moinho e que o lançassem ao fundo do mar”.Gostava muito que os meninos O seguisse, chamava-os para perto de Si, abraçava-os, e lhes dava a sua santa benção. “Deixai, dizia, deixai que os meninos venham a mim: Sínite párvulos veníre ad me”; dando assim evidentemente a conhecer que vós, ó jovens, sois as delícias do seu coração.
Visto que o Senhor vos ama tanto, deve ser vosso firme propósito corresponder-Lhe, fazendo tudo o que lhe agrada e evitando tudo o que o poderia desgostar.
Fonte: II artigo, O Jovem instruído
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