Algumas observações para o retiro
espiritual:
Oração inicial: Invocar o
Espírito Santo, para que esteja na presença de Deus.
Depois reze: "Meu
Deus, arrependo-me de todo o coração de vos ter ofendido; concedei-me a
graça de compreender bem as verdades que vou meditar e abrasai-me no vosso
amor. Santíssima vigem Maria, Mãe de Jesus, meu anjo da Guarda e todos os
santos de céu, rogai por mim”.
Leia o texto e nas partes que chamar
mais sua atenção, pare e reflita sobre o trecho. Se possível leia
mais de uma vez durante o dia.
No final Reze: Um Pai Nosso, Ave
Maria e o Credo.
O Inferno
O inferno é um lugar destinado
pela justiça divina para punir com suplícios eternos os que morrem em pecado
mortal. A primeira pena que os condenados sofrem no inferno, é a pena dos
sentidos, que são atormentados por um fogo que queima horrivelmente, sem nunca diminuir
de intensidade. Fogo nos olhos, fogo na boca, fogo em todas as partes. Cada sentido sofre a própria pena; os olhos
sofrem pela fumaça e pelas trevas e são aterrados pela vista dos demônios e dos
outros condenados.Os ouvidos, dia e noite só escutam contínuos uivos, prantos e
blasfêmias.O olfato sofre enormemente pelo mal cheiro daquele enxofre e pez
ardente que o sufoca.A boca é atormentada por sede devoradora e fome canina: At
famem patiéntur ut canes.O mau rico no meio daqueles tormentos, ergueu o
olhar ao céu e pediu, como grande graça, uma pequena gota de água para mitigar
a aridez de sua língua e também essa gota de água lhe foi negada.Por isso
aqueles infelizes, requeimados de sede, devorados pelas chamas, atormentados
pelo fogo, choram, gritam e se desesperam.Oh! Inferno, inferno!Como são
infelizes os que caem em teus abismos!.-E Tu que dizes meu filho?Se tivesses
que morrer neste instante, para onde irias?Se agora não podes conservar um dedo
sobre uma pequena chama de vela, se não podes aguentar nenhuma fagulha de fogo
na mão sem gritar, como poderás aguentaste então entre aquelas chamas por toda
a eternidade?
Considera, além disso, meu filho,
o remorso que experimenta a consciência dos condenados. Eles padeceram o
inferno na memória, na inteligência, na vontade.Recordaram continuamente o
motivo da sua perdição, isto é, por terem querido secundar alguma paixão.Esta lembrança
é o verme que nunca morre: Vermis eórum non móritur.Recordaram o tempo que Deus
lhes deu para evitar a perdição, os bons exemplos dos companheiros, os
propósitos feitos e não cumpridos.Pensarão nos sermões ouvidos, nos avisos do confessor,
nas boas inspirações para deixar o pecado; vendo que já não há remédio,
lançarão gritos desesperados.A vontade nada terá do que deseja e ao contrário
padecerá todos os males.A inteligência conhecerá
finalmente o grande bem que perdeu.A alma separada do corpo, ao apresentar-se
no tribunal divino, entrevê a beleza de Deus, conhece toda a sua bondade, chega
quase a contemplar por um instante o esplendor do paraíso, ouve talvez também
os cantos armoniosíssimos dos anjos e dos santos.Que dor ver que tudo isso se perdeu
para sempre!Que poderá resistir a tais tormentos?
Meu filho, tu que agora não se importas de perder o teu Deus e o paraíso,
conhecerás a tua cegueira quando vires tantos companheiros teus, mais
ignorantes e mais pobres do que tu, triunfarem e gozarem no reino dos céus, ao
passo que tu serás amaldiçoado por Deus e serás arrojado para longe daquela
pátria feliz, do gozo do mesmo Deus, da companhia da Santíssima Virgem e dos
santos. Eia pois, faze penitência, não esperes para quando não houver mais
tempo, entrega te a Deus.Quem sabe se não é este o último chamado e, se não correspondes,
quem sabe se Deus não te abandona e não te deixa cair naqueles eternos
suplícios!Oh! meu Jesus, livrai-me do inferno: A poenis inférni, libera me,
Dómine!
Trecho do livro O Jovem instruído, São João Bosco.
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