sexta-feira, 22 de março de 2013

Mortificação e penitência



O SACRIFÍCIO VOLUNTÁRIO

Conta-nos o Evangelho que Jesus, depois de ter repreendido severamente São Pedro, porque – cheio de um carinho mal entendido – queria afastá-Lo da Cruz (Mt 16,23), dirigiu o olhar aos outros discípulos e lhes disse com firmeza: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me (Mt 16, 24).
Lemos também no Evangelho que, certa vez, Jesus estava acompanhado de muito povo. Era o tempo em que as multidões o seguiam com um entusiasmo, e em que a fé de muitos alternava com a emotividade superficial e com o interesse. Cristo, que conhecia bem os homens e os amava, quis gravar-lhes na alma a idéia clara de que, sem tomar a Cruz, era impossível segui-lo pelo seu caminho, pois é caminho de amor. E assim, voltando-se para os que o cercavam, alertou-os: Quem não carrega a sua cruz e me segue não pode ser meu discípulo. E, para deixar essa afirmação bem vincada, ilustrou-a com uma comparação: falou-lhes de um homem que, desejando construir uma torre, errou nos cálculos e não previu os meios necessários para edificar. Aconteceu o inevitável: fracassou, de modo que todos os que o viam ficavam zombando dele e diziam: Este homem principiou a edificar, mas não pôde terminar! O Senhor esclareceu que assim aconteceria com aqueles que quisessem segui-lo sem renúncia e sem Cruz (cfr. Lc 14, 25-30).
Reparemos que, nessas passagens do Evangelho, Jesus fala de algo que depende de nós. Algo que podemos fazer ou não – Se alguém quiser… –, algo que pertence, portanto, à nossa livre iniciativa.
Sempre a Cruz deve ser tomada livremente. Em primeiro lugar, a que Deus nos envia sem nós a procurarmos, ou seja, a Cruz do sofrimento inesperado, que devemos saber abraçar com fé e amor. Mas há outra Cruz santa que – com a ajuda da graça – depende totalmente da nossa decisão, da nossa generosidade, e é justamente a dos sacrifícios voluntários. Se nós queremos, sacrificamos um fim de semana para dar assistência aos pobres; se nós queremos, deixamos de ir ao cinema para visitar um doente; se nós queremos, assumimos os trabalhos mais pesados em casa. Mas ninguém nos impõe nada. Se não queremos, não fazemos nada disso.

HOMEM VELHO E HOMEM NOVO

Sacrifícios voluntários? Mortificação? Penitência? Meter na nossa vida mais “cruzes”, quando a vida já traz tantas sem que as procuremos? Por quê?
Vamos deixar que, mais uma vez, o Espírito Santo nos responda pela boca de São Paulo.
Este Apóstolo serve-se com freqüência de uma comparação: a imagem dos dois homens que estão sempre brigando dentro de nós: o homem velho e o homem novo. Poderíamos traduzir por “homem modelado pelos parâmetros mundanos, pagãos” e “homem modelado – conforme a imagem de Cristo – pela graça do Espírito Santo”.
Assim, escrevendo aos Efésios, o Apóstolo pede-lhes: Não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê das suas idéias frívolas [...]. Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelos desejos enganadores. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em justiça e santidade verdadeiras (Ef 4, 17.22-24). É claro que está lhes propondo uma luta árdua, mediante a qual deverão arrancar – quase como se arranca a pele – o homem velho, para revestir-se do homem novo.
As mesmas idéias, mais sinteticamente expostas, encontramo-las na Carta aos Colossenses: Vós vos despistes do homem velho com os seus vícios, e vos revestistes do novo, que se vai restaurando constantemente à imagem dAquele que o criou (Col 3, 9-10).
Um terceiro texto, dirigido aos Gálatas, completa os anteriores: Os que são de Jesus Cristo crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências (Gál 5, 24). Para entender o que quer dizer, é preciso ter presente que, na mesma carta, havia explicado o que é a carne e as suas concupiscências (palavra que significa aqui maus desejos), mostrando que por carne entende – como é comum em textos bíblicos – o homem egoísta, afastado da graça de Deus e mergulhado no materialismo, cujo deus é o ventre [...] e só tem prazer no que é terreno (Fil 3, 19).
Característica típica do homem velho é a de se deixar dominar pelos desejos da carne, que – como explica detalhadamente o Apóstolo – se chamam fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdia, facções, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes (Gál 5, 19-21).
Esta é a carne que deve ser crucificada, ou seja, mortificada, dominada e vencida com a renúncia, com o sacrifício, com a Cruz.

MEIO DE PURIFICAÇÃO

A mortificação voluntária – que faz parte essencial da luta do cristão – é um meio necessário de purificação. Santo Agostinho tem um pensamento muito profundo a este respeito. Lembra que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, e que o pecado “deformou” essa imagem e apagou a semelhança. A graça de Deus, recebida no Batismo, fez-nos renascer para uma vida nova. É tarefa nossa colaborar com a graça para limpar os males que nos deformam; só assim ela nos devolverá à “forma” primeira, que é a imagem do ser de Deus 1.
Como é sugestiva esta idéia, para nos ajudar a compreender que a formação cristã não se limita ao conhecimento da verdade, da doutrina – ler, estudar, aprender –, mas exige um trabalho de purificação – de limpar, de extirpar, de endireitar, de podar o que procede do egoísmo –, para podermos “arrancar a triste máscara que forjamos com as nossas misérias” 2, e estarmos em condições de ir reproduzindo fielmente em nós os traços do nosso modelo, Jesus Cristo.
Pensemos seriamente qual é o nosso homem velho, quais são as nossas paixões e concupiscências, para assim podermos descobrir as mortificações que precisamos fazer a fim de arrancar de nós as máscaras deformantes. Não é muito difícil adivinhar. Difícil é concretizar… e fazer.
Na realidade, todos notamos em nós mesmos defeitos que nos prejudicam, hábitos, vícios de diversas espécies, que nos dominam; falhas de caráter que atrapalham o nosso trabalho; atitudes desagradáveis ou omissões no nosso relacionamento com os outros… Pois bem, é aí que deve entrar a nossa cruz, ou seja, os sacrifícios necessários para corrigir tais defeitos.

FAZER PENITÊNCIA

A fé nos mostra o imenso valor que podem ter os padecimentos – os sofrimentos que Deus manda ou permite –, como meio de nos unirmos à Cruz de Cristo, a fim de reparar – expiar – pelos nossos pecados e pelos pecados de todo o mundo.
Também o sacrifício voluntário pode ter – e muitas vezes deve ter – uma função reparadora, de penitência pelos pecados.
O Catecismo da Igreja Católica, ao falar dos tempos e dias de penitência, cita as práticas penitenciais que são mais tradicionais na Igreja, porque o próprio Cristo se referiu a elas no Sermão da Montanha (cfr. Mt 6, 1 e segs.), a saber: a oração, o jejum e a esmola. E frisa de modo particular o valor que tem a mortificação – o jejum e outras privações voluntárias –, como meio de reparação dos pecados (cfr. ns. 1434 e 1438).
É muito próprio do espírito de um cristão determinar-se a cumprir algumas dessas práticas penitenciais – além do jejum e da abstinência de carne prescritos pela lei da Igreja – sobretudo em dias ou períodos especialmente relacionados com a Paixão de Jesus, como são as sextas-feiras e o Tempo da Quaresma. Todo bom católico deveria definir bem, até por escrito, o seu “plano” de penitências para a Quaresma (não comer tal ou qual doce ou refrigerante, reduzir a assistência à tv, abster-nos de bebidas alcoólicas, aumentaro tempo diário de oração, dedicar mais tempo a obras sociais, fazer freqüentes visitas à igreja para rezar algumas orações de joelhos, etc.).
Na realidade, porém, não deveríamos limitar-nos às obras de penitência em datas ou tempos determinados. Todos os dias deveriam estar enriquecidos – polvilhados – por algumas pequenas privações, oferecidas por amor e com alegria, como atos de reparação pelos pecados próprios e alheios, e também como exercícios de autodomínio que nos ajudassem a “converter-nos”: a ser mais senhores de nós mesmos e a mudar, a “converter-nos”, com a graça de Deus.
Em maio do ano 2000, o Papa celebrou em Fátima a beatificação dos meninos Jacinta e Francisco. Ao elevar os dois pastorinhos à glória dos altares, o Santo Padre fez questão de realçar a generosidade com que ambos, a pedido de Nossa Senhora, se entregaram à penitência “pelos pobres pecadores”. De Francisco, dizia o Papa que “suportou os grandes sofrimentos da doença que o levou à morte sem nunca se lamentar. Tudo lhe parecia pouco para consolar Jesus; morreu com um sorriso nos lábios. Grande era, no pequeno Francisco, o desejo de reparar as ofensas dos pecadores, esforçando-se por ser bom e oferecendo sacrifícios e oração. E Jacinta, sua irmã, quase dois anos mais nova que ele, vivia animada dos mesmos sentimentos”. Citava depois o Papa as palavras com que Jacinta se despediu de Francisco, pouco antes de este morrer: “Dá muitas saudades minhas a Nosso Senhor e a Nossa Senhora e dize-lhes que sofro tudo quanto Eles quiserem para converter os pecadores” 3.
Como é tocante essa lição dos pequeninos, dos simples, que ouvem e entendem a voz de Deus, por meio de Maria! (cfr. Lc 10, 21). Podemos ter a certeza de que a perda do sentido da penitência, entre os cristãos, anda em paralelo com a perda do sentido do pecado, e que isto significa que enfraqueceu muito ou se perdeu o sentido do amor de Deus.
É interessante recordar que, no mesmo Ano Santo de 2000, o Santo Padre ajudou-nos a revigorar uma verdade da nossa fé que tem uma relação muito estreita com a necessidade da penitência: a doutrina das indulgências. Com elas, com efeito –ao realizar, com as devidas condições, as obras indulgenciadas- , entramos em comunhão com o tesouro do “amor, do sofrimento suportado, da pureza” de todos os nossos irmãos na fé, que deixaram atrás de si como que um “saldo” de méritos, unidos às riquezas dos méritos de Cristo, de Maria e dos santos; é um imenso tesouro que a Igreja encaminha a cada um de nós, como uma transfusão de sangue puro 4, por meio da indulgência, para a purificação da “pena temporal” devida pelos nossos pecados, ou seja, da pena que deveríamos pagar no Purgatório, por não termos expiado suficientemente os nossos pecados aqui na terra.
E esse mesmo dom da indulgência, esse tesouro de méritos e graças que “circula” no Corpo místico de Cristo, pode ser aplicado sempre às almas do Purgatório, com as quais estamos estreitamente unidos pela Comunhão dos santos. Mediante esse “intercâmbio maravilhoso de bens espirituais” , podemos auxiliar pais, parentes, amigos, conhecidos…, todos os que se encontram no estado de purificação que chamamos Purgatório, para que possam ir logo ao encontro do abraço eterno de Deus . É uma maravihosa comunhão e ajuda mútua na penitência: na expiação e a purificação 5 (Cfr. Bula pontifícia Incanationis mysterium, nn. 9 e 10).

(Adaptação de um trecho do livro de F.Faus, A sabedoria da Cruz)

1 Sermão 125,4
2 São Josemaria Escrivá, Via Sacra, VI estação
3 João Paulo II, Homilia na Beatificação, Fátima 13.05.2000
4 Cf. São Josemaria Escrivá, Caminho, n. 544
5 Bula Incanationis mysterium, num. 9 e 10

Fonte:http://www.padrefaus.org

quarta-feira, 13 de março de 2013

Biografia do novo Papa, Francisco I




O novo pontífice é o Cardeal Jorge Mario Bergoglio, Papa Francisco, que nasceu em Buenos Aires, na Argentina, em 17 de dezembro de 1936. É Ordinário para os fiéis de rito oriental residentes na Argentina e sem Ordinário do rito próprio.

O Papa jesuíta se formou como técnico químico, mas depois escolheu o caminho do sacerdócio e entrou para o seminário de Villa Devoto. Em 11 de março de 1958, passou para o noviciado da Companhia de Jesus. Completou os estudos humanistas no Chile e em 1963, voltou para Buenos Aires e se formou em filosofia na Faculdade de Filosofia do Colégio máximo San José, de São Miguel.

De 1964 a 1965, ensinou literatura e psicologia no Colégio da Imaculada de Santa Fé e, em 1966, ensinou essas mesmas matérias no Colégio do Salvador, em Buenos Aires.

De 1967 a 1970 estudou teologia na Faculdade de Teologia do Colégio máximo San José, de São Miguel, onde se formou.

Em 13 de dezembro de 1969 foi ordenado sacerdote.

Em 1970-1971, completou a terceira aprovação em Alcalá de Henares (Espanha), e em 22 de abril de 1973 fez a profissão perpétua.

Foi mestre de noviços em Villa Barilari, San Miguel (1972-1973), professor na Faculdade de Teologia, Consultor da Província e Reitor do Colégio máximo. Em 31 de julho de 1973, foi eleito provincial da Argentina, cargo que desempenhou por seis anos.

De 1980 a 1986, foi reitor do Colégio máximo e das Faculdades de Filosofia e Teologia dessa mesma Casa e pároco da Paróquia de São José, na Diocese de San Miguel.

Em março de 1986, viajou para a Alemanha para completar sua tese de doutorado. Foi enviado pelos seus superiores ao Colégio do Salvador e passou para a igreja da Companhia na cidade de Córdoba, como diretor espiritual e confessor.

Em 20 de maio de 1992, João Paulo II o nomeou Bispo titular de Auca e Auxiliar de Buenos Aires. Em 27 de junho do mesmo ano, recebeu na catedral de Buenos Aires a ordenação episcopal das mãos do Cardeal Antonio Quarracino, do Núncio Apostólico Dom Ubaldo Calabresi e do Bispo de Mercedes-Luján, Dom Emilio Ogñénovich.

Em 3 de junho de 1997 foi nomeado Arcebispo Coadjutor de Buenos Aires e em 28 de fevereiro de 1998 Arcebispo de Buenos Aires por sucessão à morte do Card. Quarracino.

É autor dos livros: "Meditaciones para religiosos" de 1982, "Reflexiones sobre la vida apostólica" de 1986 e "Reflexiones de esperanza" de 1992.

É Ordinário para os fiéis de rito oriental residentes na Argentina que não podem contar com um Ordinário de seu rito. Grão-Chanceler da Universidade Católica Argentina.

Relator-Geral adjunto da 10ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (outubro de 2001).

De novembro de 2005 a novembro de 2011 foi Presidente da Conferência Episcopal Argentina.

Foi criado Cardeal pelo Beato João Paulo II no Consistório de 21 de fevereiro de 2001, titular da Igreja de São Roberto Bellarmino.


É membro:
Das Congregações: para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; para o Clero; para os Institutos de vida consagrada e as Sociedades de vida apostólica; 
Do Pontifício Conselho para a Família: 
Da Pontifícia Comissão para a América Latina 

Fonte:http://www.comshalom.org

terça-feira, 5 de março de 2013

Pequeno Manual do católico-Parte 2




A Missa vai começar

23) Em que momento devemos entrar na igreja para o início da Missa?
Devemos chegar sempre alguns minutos antes para nos recolhermos na oração, preparar o missal e, sendo necessário, nos confessarmos para poder comungar.

24) É permitido chegar atrasado na Missa?
Não é permitido chegar atrasado porque seria uma falta de respeito para com Deus, além de evidente prejuízo espiritual para as almas.

25) Existe alguma ordem formal da Igreja sobre isso?
Sim, um dos mandamentos da Igreja diz: assistir missa completa todos os domingos.

26) E se acontecer algum imprevisto no meio do caminho?
A Igreja tolera pequenos atrasos não culposos. Por isso ela considera que, chegando na missa dominical (ou festa de preceito) até o Evangelho, pode-se ainda comungar.  É preciso, no entanto, evitar sempre o atraso. O prejuízo é muito grande quando se perde as leituras e o sermão da missa.

27) Qual o melhor lugar para se assistir à missa?
Em princípio qualquer banco da igreja deveria servir para a boa assistência. Na prática, constata-se que as pessoas que ficam no fundo têm a tendência a se dispersar, se distrair, conversar, fazer sinais aos vizinhos, chamando a atenção para coisas que distraem do essencial. Evidentemente estes costumes são prejudiciais para as almas e podem chegar a ser pecado.

28) Qual o melhor modo de se assistir à Missa?
Usando o missal Latim-Português podemos acompanhar as belíssimas orações que a Igreja reza durante o Santo Sacrifício. Com o missal, também podemos acompanhar melhor os gestos e ritos que são explicados passo a passo.

29) Existe um modo de se entender melhor as diversas orações que compõem uma missa?
Uma divisão lógica dos textos pode ajudar a se localizar:

Devemos antes de tudo distinguir entre

Ordinário da Missa: são as orações fixas que se rezam em todas as missas

Próprio da Missa: são as orações daquele dia em particular.

No Próprio de toda missa existem:

- 3 antífonas : Intróito, Ofertório e Comunhão – As antífonas são pequenos textos que introduzem um salmo. Na missa, os salmos que seguem estas 3 antífonas ficam reduzidos a um versículo, como podemos ver no missal.

- 3 orações: Coleta, Secreta e Pós-comunhão – A Coleta é a oração sobre os fiéis, nossas necessidades espirituais. A Secreta é a oração sobre as secretas, termo antigo que designava o pão e vinho separados no Ofertório para serem consagrados. A pós-comunhão é a oração de ação de graças pelo alimento sacramental que acabamos de receber.

- 2 leituras, Epístola e Evangelho. Entre as duas curtas meditações que variam de acordo com a época do Ano Litúrgico: Gradual, Aleluia, Trato.

30) Existe ainda outras divisões que possam ajudar a assistir à Missa?
Sim. Considerando a missa de modo cronológico, podemos distinguir três partes.

31) Como se chama a primeira parte da missa?
Chama-se Missa dos Catecúmenos. Assim chamada porque, sendo formada pela parte penitencial e de instrução, era assistida também pelas pessoas que se preparavam para o batismo (os catecúmenos). Estes deviam deixar a igreja após o Credo. Os Santos Mistérios só podiam ser assistidos pelos batizados. Já não se tem este costume, mas o nome permanece. Também se chama a esta parte de Ante-missa.

32) Quais as orações da Missa dos Catecúmenos?
Orações ao pé do altar, com o Salmo Judica me (42) e o Confiteor.

Intróito, Coleta e a parte da Instrução: epístola, evangelho, sermão e o Credo, que é a profissão de fé católica.

33) Qual a segunda parte da Missa?
É a Missa dos Fiéis. Na antiguidade, todos os que, já sendo batizados e tendo podido confessar-se, estavam aptos para assistir o Santo Sacrifício e comungar.

34) Quais as orações ou partes da Missa dos Fiéis?
Ofertório, com o oferecimento do pão e do vinho que serão consagrados

Prefácio, longo canto que exprime o mistério da missa do dia.

Cânon, parte central da Missa. São as mais belas orações que o padre reza em silêncio e que têm seu ápice na Consagração.

Pai Nosso, rezado apenas pelo celebrante porque este ocupa o lugar de Cristo, que o rezou sozinho para ensinar aos Apóstolos

Comunhão

Orações finais

35) Qual a posição que devemos adotar ao longo da missa?

De joelhos:

- orações ao pé do altar até o final do Kyrie (nas missas de roxo ou preto até o fim da Coleta)

- do final do Sanctus até antes do Pai Nosso

- do Agnus Dei, durante toda a comunhão, até que o padre venha rezar a antífona da comunhão

- na bênção final

De pé:

- no Glória

- no Evangelho

- no Orate Fratres até o fim do Sanctus

- no Pai-Nosso até o Agnus Dei

- na antífona da comunhão até o fim do Ite Missa Est.

- no último Evangelho

Sentado:

- durante a Epístola até que o padre entoe o Evangelho

- durante o ofertório até que o padre entoe o Orate Fratres

- é permitido, mas não recomendado, sentar-se após o sacrário ser fechado, depois da comunhão (nunca se sentar durante a distribuição da comunhão ou com o sacrário aberto).

Seria uma falta não estar de joelhos: (salvo doença)

- na consagração

- a partir do Ecce Agnus Dei, quando o padre mostra a hóstia,  até que o Sacrário seja fechado

- na bênção final

36) O que se deve fazer após a comunhão?
Quando nos levantamos da mesa de comunhão, carregamos Jesus no coração. Toda nossa atenção deve estar voltada ao hóspede divino que nos vem visitar com tanto amor e misericórdia. Uma atitude compenetrada, o olhar voltado para baixo, silêncio na alma e no corpo. Chegando ao nosso lugar, ficamos de joelhos, procuramos fechar os olhos e rezar em silêncio, saboreando este encontro sublime com Nosso Salvador. Podemos também, para ajudar a concentração, rezar as orações tradicionais de “ação de graças”, como se encontram no próprio missal ou nos livros de oração.


37) Quando o padre sai da igreja, no final da missa, devemos sair também?
Quanto vale um só instante com Jesus presente em nós? Vale a pena prolongar nossas orações e nosso silêncio, principalmente se considerarmos que durante a semana, são raros os momentos de silêncio e oração. Fiquemos alguns instantes com Jesus em ação de graças, após a Santa Missa. O padre também volta à igreja para rezar sua ação de graças. Procuremos não impedi-lo, com nossas necessidades, de fazer sua ação de graças.

O uso do missal

38) Como podemos nos localizar melhor quando seguimos a missa no missal?
- O Ordinário da Missa fica no meio do missal. Ponha um marcador reservado para o Ordinário. É a parte fixa que se reza em todas as missas.

- Temporal : Toda a parte que precede o Ordinário é chamado de Temporal (missas próprias para o tempo): engloba todas as missas dos domingos ao longo do ano além de algumas outras missas que podem cair em dia de semana mas que estão inseridas nos mistérios da vida de Jesus Cristo: Natal, Epifania  e outras. Ponha um marcador reservado também para esta parte

- Santoral : Logo depois do Ordinário vem o Santoral. Missas dos Santos. Dividido em duas partes:

            - Comum dos Santos – são missas indicadas para diversos santos : comum dos confessores, ou comum dos mártires etc. No dia do santo está indicada a página quando se deve usar a missa do comum. Ponha um marcador par o Comum dos santos.

            - Próprio dos Santos – são as missas indicadas no dia mesmo do santo. Junto com a missa vem uma breve notícia histórica sobre a vida do santo. Vale a pena abrir todos os dias o missal para acompanhar os santos de cada dia. Ponha um marcador para o próprio dos santos.

- Missas votivas – São missas que rememoram algum mistério fora de época, para quando não houver nenhuma missa indicada naquele dia.

- Missa dos defuntos – todas as orações que devemos fazer nos enterros e nas doenças graves para pedir a Deus pelos nossos parentes e amigos.

- Manual de orações – muitas orações, ladainhas, consagrações, hinos, cânticos se encontram ainda no fim do missal. Não deixe de conhecer profundamente todas elas.

Outras obrigações dos fiéis


39) Além da assistência à Santa Missa, o que mais é pedido aos fiéis?
A Santa Igreja em sua sabedoria e para o bem de nossas almas, maior glória de Deus e para nossa salvação, pede ainda outras obrigações, que devemos procurar realizar com espírito de obediência e amor por Deus Nosso Senhor. São os chamados “Mandamentos da Igreja”.


40) Quais são esses Mandamentos?
São cinco:

- Assistir a missa inteira aos domingos e dias Santos de Guarda

- Confessar-se uma vez por ano pelo menos

- Comungar por ocasião da Páscoa

- Fazer jejum e abstinência nos dias prescritos

- Dar o dízimo segundo o costume


41) Porque a Igreja nos obriga a confessar e comungar na Páscoa?
Sendo a mais importante festa do Ano Litúrgico, centro dos mistérios da vida de Nosso Senhor, a Igreja considera que todos os católicos devem realizar este mínimo de amor por Jesus Sacramentado. Não significa que esta comuhão seja suficiente. O ideal seria que comungássemos todos os domingos. Mas a obrigação da comunhão pascal nos impele a fazer um bom exame de consciência. Quantas pessoas receberam a graça da conversão devido à confissão para a comunhão pascal.


42) Quais os dias Santos de Guarda?
Na Igreja Universal são dias santos de Guarda:

- Oitava de Natal (1º de janeiro)

- Epifania (6 de janeiro)

- São José (19 de março)

- Ascensão de Nosso Senhor

- Corpus Christi

- São Pedro e São Paulo (29 de junho)

- Assunção de N. Senhora (15 de agosto)

- Todos os Santos (1º de novembro)

- N. Sra da Conceição (8 de dezembro)

Em cada país a legislação muda quanto aos dias feriados. Todos os católicos devem fazer um esforço para ir à Santa Missa nos dias santos de Guarda quando não for feriado.


43) Quais os dias de jejum obrigatório?

Atualmente, apenas na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. Mas o espírito da Quaresma nos move a jejuar com maior frequência, mesmo não sendo de obrigação.


44) Ainda é de rigor a abstinência de carne nas sextas-feiras?

Sim. Toda sexta-feira do ano devemos nos abster de comer carne (podemos comer peixe), em honra e em memória das dores da  Paixão de Cristo.


45) Porque existe a obrigação do dízimo?

Os padres não recebem salários, mas se dedicam em tempo integral às almas. Vivem atentos a todas as necessidades espirituais, e muitas vezes, às necessidades materiais dos seus fiéis. Nada mais justo que as famílias prevejam a subsistência do seu padre.

46) Como se paga o dízimo em nossas Capelas?
Cada família costuma deixar no início do mês uma quantia para este fim. Ela varia de acordo com as possibilidades de cada. Mas todos devem estar atentos para não faltar, de modo a cumprir esta grave obrigação que a Igreja nos impõe, em nome da Caridade e que não deixa de reverter-se para o bem dos próprios fiéis.

Fonte: http://osegredodorosario.blogspot.com.br

Segue abaixo p link da primeira parte: