quinta-feira, 31 de outubro de 2013

CUIDADO COM O DIA DA BRUXAS OU HALLOWEEN!





“O HALLOWEEN É O HOSANA DO DIABO.” (Padre Gabriele Amorth)

E a festa do Halloween? Halloween não é brincadeira!

Todo dia 31 de Outubro existe uma festa chamada Halloween, também conhecido aqui no Brasil como o Dia das Bruxas.

Este dia chamado de Halloween é uma data comemorativa que tem sua origem ainda com o povo Celta, dizem que há mais de 2300 anos.

Era uma data que para o povo Celta, por ser o ultimo dia do verão, diziam que os espíritos dos mortos saiam de suas covas e iriam de encontro aos vivos para tomar posse de seus corpos. É claro que o povo, Celta por medo destas almas, decidiram então colocar em suas casas, de preferência na frente das mesmas, objetos que pudessem “assustar” estas almas, e colocavam Caveiras, ossos, bonecos enfeitados e coisas do tipo.

Portanto a origem desta festa é a MORTE, as almas que se levantam e vem de encontro aos vivos.
Na verdade esta festa esta cheia de realidades que nos apresenta o Ocultismo de frente: Bruxas, Fantasmas, Caveiras e personagens ligados ao terror.

Hallowenn tem a origem de seu nome que em inglês se diz: “All Hallow’s Eve” (Vigília de Todos os Santos), e atualmente antecede o que para nós Católicos Apostólicos Romanos o Dia de todos os Santos e posteriormente o dia de Finados, ou alguns mais antigos ainda o chama de dia dos mortos.
E ai começa a grande confusão que sempre o Ocultismo quer trazer em meio a nós. Nós Católicos temos o nosso “dia dos mortos” (FINADOS) que é claro tem um outro significado, e para se aproveitarem daquela data que era comemorado o dia dos mortos também para o povo Celta, mas é claro com outro significado, o Diabo na sua esperteza conseguiu introduzir esta festa chamada Halloween.

O grande problema disso tudo é que para os Satanistas, para os Bruxos, para muitas seitas ocultistas, este dia de Halloween não é somente uma data histórica, mas se tornou para eles o GRANDE DIA do DIABO! É o dia em que se reúnem para fazer suas celebrações mais macabras, rituais verdadeiramente satânicos, na qual envolve sacrifícios de animais e se chega a realizar até mesmo sacrifícios humanos.

 “Anton LaVey, autor da " Bíblia satânica " e sumo sacerdote da igreja de satanás, diz que o dia mais importante para os seguidores o maligno é o halloween. LaVey diz que nesta noite os poderes satânicos ocultos e de bruxaria estão no seu nível de potência mais alto, e qualquer bruxo ou ocultista encontrará mais êxito no dia 31de outubro, porque satanás e seus poderes estão em seu ponto mais alto nesta noite. Estes seguidores do príncipe da mentira asseguram que durante a noite do halloween, os anjos decaídos, assim como toda a classe de espíritos malignos percorrem o mundo inteiro.”

Não pensem que isso é historinha sobre satanismo ou coisas do tipo; isso é real e é mais real do que imaginamos. Satanistas e ocultistas de muitos “ramos” utilizam estes dia para profanar o Sagrado de Deus, é o momento de grande exaltação do demônio; e ai muitos procuram ir à igreja e verem se de alguma forma conseguem levar uma hóstia consagrada para tais rituais, com o propósito de ofender a Deus, existe ainda nestes rituais muitas orgias sexuais com as pessoas que lá participam.

Então o que era a mais de 2300 anos atrás uma data que podemos chamar hoje de anti-cristã, pois contraria o principio do cristianismo, hoje se tornou uma festa totalmente pagã. Padre Gabriele Amorth diz:


 
“Halloween é uma armadilha do demônio. É uma festa nojenta e me dá nojo.” e ainda completa: “Trata-se de uma coisa pagã, anticristã e anticatólica.”
Deixamos os nossos filhos se vestirem de diabos, bruxos e bruxas, se pintarem dos mais bizarros personagens trashs da TV Americana, e tudo isso para que? Para que exaltar aquilo que não deve ser exaltado? Qual o intuito de se vestir de diabo, de demônios, de bruxos, magos e coisas do tipo?
Para os satanistas é uma maneira de instigarem as crianças e os jovens a fazerem memória para o mundo daquilo que eles comemoram: o DIA DO DIABO.
Aqui no Brasil ainda não está tão na a festa de Halloween como para o povo AMERICANO, mas sei que será importante este artigo também para o povo AMERICANO. O meu BLOG é visto pelos Americanos, sei disso, e é visto provavelmente por brasileiros que moram lá.
Sem contar que o clima de magia no ar para os Jovens fica aguçado, tem jovens que inventam já que estão vestidos assim de fazerem alguns tipos de rituais que viram em filmes, que acharam na internet; abrindo uma grande brecha para o demônio. Isso é muito sério.
A verdade é que este dia se tornou um dia propicio para se cultuar o demônio das mais diversas maneiras que você imaginar.
Enquanto escrevo este artigo, estou conversando com uma jovem que se envolveu de maneira muito profunda com satanismo, e resolvi perguntar a ela se na data de Halloween esta seita que ela participava, faziam algo. Ela me disse que sim, que faziam reuniões com grupos na qual ofereciam sacrifícios aos demônios, e que ela de maneira particular, preferia oferecer do seu próprio sangue, mas que pessoas que não queriam oferecer seu próprio sangue, ofereciam a de animais que lá eram mortos.
Não quero ficar me delongando muito, fazendo diversas comparações e coisas do tipo, mas acho que deu para entender o que se passa na verdade por detrás das comemorações que acontecem no dia de Halloween. E que não convém ficarmos participando e fazendo memória das coisas que representam o próprio MAL.
Mas ao contrário, dia 31 de Outubro, quando se comemora o Dia das Bruxas, é o dia de permanecermos ainda mais em oração, voltados para Deus, intercedendo para que pessoas inocentes não se machuquem com estas práticas sedutoras de Halloween.

A tradição entre estes povos continuou e, além de celebrarem o dia de Todos os Santos, eles celebravam também a noite da véspera do dia de Todos os Santos com as máscaras assustadoras e com a comida. A noite era chamada de “All Hallows Evening”, abreviando-se, veio o Halloween.

Estas poucas informações servem para mostrar o lado negativo do halloween. A mensagem de amor, paz, caridade e esperança de Jesus Cristo é completamente contrária às imagens sangrentas, que retratam bruxas, mortos saindo de túmulos, vampiros e outros monstros. Halloween é na verdade uma celebração da maldade.

 "Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas." (2Tm 4,3-4)

Muitos jovens deixam-se iludir por figuras aparentemente "inocentes" dessas festas malíficas. E por estarem distantes da Palavra de Deus acabam sendo conduzidos pelo mal. É preciso orientá-los que as verdadeiras felicidades somente encontraram no caminho de Deus. Vamos festejar a vida e não a morte, pois quem festeja a morte vive nas trevas e nós cristãos devemos viver na luz e essa luz é Jesus: "Eu sou a luz do mundo, quem vem a Mim não andarás nas trevas".

Vemos assim que a tradição de comemorar as bruxas ou outros espíritos não é cristã e deve ser evitada, ainda que tenha apenas uma conotação folclórica. Devemos, sim, celebrar o dia de todos os Santos.

Fontes: 


 


 


domingo, 27 de outubro de 2013

A Inquisição



Quando os pecados da Igreja Católica são contados (como tantas vezes são) os números da Inquisição ganham destaque. Pessoas sem real interesse na História da Europa sabem muito bem que a Inquisição era liderada por clérigos fanáticos e brutais que torturaram, mutilaram e mataram todos aqueles que ousaram questionar a autoridade da Igreja. A palavra “Inquisição” é parte do nosso vocabulário moderno, descrevendo tanto uma instituição quanto um período de tempo. Por exemplo, ter uma de suas audiências chamada de “Inquisição” não é considerado elogio para a maioria dos senadores. 

Mas, nos últimos anos, a Inquisição tem sido objeto de uma melhor investigação. Em preparação para o Jubileu, em 2000, o Papa João Paulo II queria saber exatamente o que aconteceu durante o período de existência da Inquisição (como instituição). Em 1998, o Vaticano abriu os arquivos do Santo Ofício (o sucessor moderno para a Inquisição) para uma equipe de 30 acadêmicos de todo o mundo. Agora, finalmente, os estudiosos fizeram seu relatório, um tomo de 800 páginas (…). Sua conclusão mais surpreendente é que a Inquisição não foi assim tão ruim afinal. Tortura era raro, e somente um por cento das pessoas que se apresentaram perante a Inquisição Espanhola foram realmente executadas. Como uma manchete dizia: “Vaticano põe abaixo a Inquisição.”

Os suspiros de espanto e escárnios cínicos que têm recebido este relatório são apenas mais uma prova da presunção lamentável que existe entre historiadores profissionais e o público em geral. A verdade é que, embora este relatório faça uso de materiais não disponíveis anteriormente, ele apenas repete o que muitos estudiosos já concluíram ao estudar outros arquivos disponíveis na Europa. Entre os melhores livros recentes sobre o assunto estão “Inquisição” de Edward Peters (1988) e Henry Kamen e “A Inquisição Espanhola” (1997), mas existem outros. Simplificando: os historiadores já sabiam que a visão popular da Inquisição é um mito. Então, qual é a verdade?

Para entender a Inquisição, temos que lembrar que as pessoas da Idade Média eram, por assim dizer, medievais. Não devemos esperar que as pessoas do passado pudessem ver o mundo e seu lugar nele da forma como fazemos hoje (tente viver nos tempos da Peste Negra e veja como ela muda sua atitude). Para as pessoas que viveram durante esses tempos, a religião não foi algo construído apenas pela Igreja. Foi ciência, filosofia, política, identidade e esperança de salvação. Não foi uma preferência pessoal, mas uma verdade permanente e universal. Heresias, então, atingiam o coração do que era a verdade. Ele condenou o herege, que colocava em perigo o seu próximo, e rasgava o tecido social.

A Inquisição não nasceu da vontade de esmagar a diversidade ou oprimir o povo, era mais uma tentativa de acabar com as execuções injustas. Sim, você leu corretamente. Heresia era um crime contra o Estado. O direito romano no Código de Justiniano tornou-a uma ofensa capital. Governantes, cuja autoridade se acreditava vir de Deus, não tinham paciência para os hereges. Nem as pessoas comuns, que os viam como foras-da-lei perigosos que trariam a ira divina. Quando alguém era acusado de heresia no início da Idade Média, eram trazidos ao senhor local para julgamento, como se tivessem roubado um porco ou danificado sebes (na Inglaterra medieval isso era realmente um crime grave). No entanto, em contraste com outros crimes, não era tão fácil de discernir se o acusado era realmente um herege. Para começar, seria necessária alguma formação teológica básica – algo que a maioria dos senhores medievais não possuía. O resultado é que milhares de pessoas ​​em toda a Europa foram executadas por autoridades seculares, sem julgamentos justos ou uma avaliação competente da validade da acusação.

A resposta da Igreja Católica para este problema foi a Inquisição, instituída primeiramente pelo papa Lúcio III em 1184. Ele nasceu de uma necessidade de fornecer julgamentos justos para os hereges acusados ​​usando as leis de provas e presididos por juízes experientes. Do ponto de vista das autoridades seculares, os hereges eram traidores de Deus, do rei e da morte, portanto, mereciam perder a vida. Do ponto de vista da Igreja, no entanto, os hereges eram ovelhas perdidas que se afastaram do rebanho. Como pastores, o papa e os bispos tinham o dever de levá-los de volta ao redil, assim como o Bom Pastor lhes havia ordenado. Destarte, enquanto líderes medievais seculares  estavam tentando proteger seus reinos, a Igreja estava tentando salvar almas. A Inquisição providenciou um meio para os hereges escaparem  da morte e retornarem para a comunidade.

Como este novo relatório confirma, a maioria das pessoas acusadas de heresia pela Inquisição foram absolvidas ou suas penas suspensas. Os culpados de grave erro foram autorizados a confessar seus pecados, fazer penitência, e ser restaurado para o Corpo de Cristo. O pressuposto subjacente da Inquisição era que, como ovelhas perdidas, os hereges tinham simplesmente se desviado. Se, no entanto, um inquisidor determinou que uma ovelha em particular tinha propositadamente deixado o rebanho, não havia nada mais que poderia ser feito. Hereges impenitentes ou obstinados foram excomungados e entregue às autoridades seculares. Apesar do mito popular, a Inquisição não queimava os hereges. Foram as autoridades seculares que determinaram que a heresia era uma ofensa capital, não a Igreja. O simples fato é que a Inquisição medieval salvou milhares de incontáveis ​​inocentes (e até mesmo não tão inocentes) pessoas que de outra forma teria sido torradas por senhores seculares.

Durante o século 13 Inquisição tornou-se muito mais formalizada em seus métodos e práticas. Dominicanos altamente treinados, responsáveis perante o Papa, assumiram a instituição, criando os tribunais que representavam as melhores práticas jurídicas na Europa. Como a autoridade real cresceu durante o século 14 e além, o controle sobre a Inquisição saiu das mãos do papa e foi parar nas dos reis. Em vez de uma Inquisição, havia agora muitas. Apesar das perspectivas de abuso, os monarcas da Espanha e da França, em geral, fizeram o possível para ter certeza de que suas inquisições permanecessem eficientes e misericordiosas. Durante o século 16, quando a caça às bruxas varreu a Europa, nas regiões onde as inquisições eram melhor desenvolvidas a histeria foi contida. Em Espanha e Itália, inquisidores treinados investigaram as acusações de “Sabbath das feiticeiras” e torrefação de bebês, e concluiram que aquelas eram infundadas. Em outros lugares, especialmente na Alemanha, os tribunais seculares ou religiosos queimaram bruxas aos milhares. Nota: A Alemanha do século XVI era já quase totalmente protestante.
Comparado a outros tribunais seculares medievais, a Inquisição foi positivamente iluminada. Por que, então, as pessoas em geral, e a imprensa em particular, ficam tão surpresos ao descobrir que a Inquisição não transformou seres humanos em churrasco aos milhões? Primeiro de tudo, quando a maioria das pessoas pensa da Inquisição hoje o que eles realmente estão pensando é a Inquisição Espanhola. Não, nem mesmo isso é correto. Eles estão pensando no mito da Inquisição Espanhola. Por incrível que pareça, antes de 1530 a Inquisição Espanhola foi amplamente aclamada como o melhor tribunal de recursos, a corte mais humana na Europa. Na verdade, existem registros de presos na Espanha por blasfemar propositalmente, solicitando transferência para as prisões da Inquisição espanhola. Depois de 1530, no entanto, a Inquisição Espanhola começou a voltar sua atenção para a nova heresia do luteranismo. Foi a Reforma Protestante e as rivalidades que gerou que dariam origem ao mito.

Em meados do século 16, a Espanha foi o país mais rico e mais poderoso na Europa. Áreas protestantes da Europa, incluindo os Países Baixos, o norte da Alemanha e a Inglaterra, podem não ter sido tão poderosas militarmente, mas eles tinham uma arma nova muito potente: a imprensa. Embora os protestantes tenham perdido para os espanhóis no campo de batalha, estes perderiam a guerra de propaganda. Foram os anos em que a famosa “lenda negra” da Espanha foi forjada. Inúmeros livros e panfletos forma despejados das prensas do norte acusando o império espanhol de depravação inumana e horríveis atrocidades no Novo Mundo. A opulenta Espanha foi classificada como um lugar de trevas, de ignorância e do mal.

A propaganda protestante, que teve como alvo a Inquisição Espanhola, inspirou-se livremente a partir da “Legenda Negra”. Mas tinha outras fontes também. Desde o início da Reforma, os protestantes tinham dificuldade em explicar a diferença de 15 séculos entre a instituição de Cristo, de Sua Igreja e da fundação das igrejas protestantes. Católicos naturalmente apontavam este problema, acusando os protestantes de ter criado uma nova igreja separada da de Cristo. Protestantes responderam que sua igreja foi o criado por Cristo, mas que tinham sido forçados a viver nos subterrâneos pela Igreja Católica. Assim como o Império Romano perseguia os cristãos, sua sucessora, a Igreja Católica Romana, continuava a persegui-los durante a Idade Média. Inconvenientemente, não havia protestantes na Idade Média, mas os autores protestantes os encontram, sob o disfarce de hereges. Sob essa ótica, a Inquisição medieval não era nada mais do que uma tentativa de esmagar a igreja, escondendo a verdade. A Inquisição Espanhola, ativa e extremamente eficiente em manter os protestantes fora de Espanha, foi para escritores protestantes apenas a versão mais recente desta perseguição. Misture isso com a “Legenda Negra” e você tem tudo que precisa para produzir calúnias e mais calúnias sobre a terrível e cruel Inquisição Espanhola. E assim o fizeram.

Com o tempo, o império da Espanha iria desaparecer. A riqueza e poder deslocaram-se para o norte, em particular para a França e Inglaterra. No final do século 17, novas ideias de tolerância religiosa foram borbulhando em todos os cafés e salões da Europa. Inquisições, tanto católicas quanto protestantes, secaram. Os espanhóis teimosamente mantiveram a deles, e por isso foram ridicularizados. Filósofos franceses como Voltaire, viam na Espanha um modelo da Idade Média: fraco, bárbaro, supersticioso. A Inquisição Espanhola já fora estabelecida como uma ferramenta sanguinária de perseguição religiosa e ridicularizada por pensadores iluministas como arma brutal de intolerância e ignorância. Uma nova e fictícia Inquisição tinha sido construída, projetada pelos inimigos de Espanha e da Igreja Católica.
Agora um pouco mais da Inquisição real é nos dado a conhecer. Mas a questão permanece: será que alguém tomou nota?

Nota do blog: Para uma maior ampliação sobre o assunto disponibilizamos abaixo um vídeo com o nome: A inquisição - História não contada.  De autoria do Apostolado Santa Igreja. 


  
Tradução: Paulo Ricardo

Fonte: http://www.ocampones.com 

sábado, 26 de outubro de 2013

Qual a importância do exame de consciência para nossa vida espiritual?





Um bom católico deve ter o costume de examinar frequentemente a sua consciência. Em geral, o exame de consciência é feito para que a pessoa se prepare melhor para o Sacramento da Confissão, ou também, antes de deitar-se, como uma preparação para a morte, caso ela venha durante o sono. Contudo, a importância de um bom exame de consciência vai além desses dois aspectos.
A doutrina dos grandes santos está repleta de loas ao exame de consciência. Por exemplo, São João Crisóstomo, chegou a dizer que, se uma pessoa se empenhasse num bom exame de sua consciência, dentro de um mês seguramente estaria no caminho da santidade. Trata-se, portanto, de uma doutrina plurissecular da Igreja que merece toda a atenção.
Um livro em especial, "A vida interior simplificada e reconduzida ao seu fundamento", escrito por pelo padre cartuxo François de Salles Poullien, em cuja terceira parte, vários capítulos são dedicados ao exame de consciência. Num deles, o Pe. Poullien relata a experiência de Santo Ignácio de Loyola que dirigia seus filhos jesuítas quase que unicamente pela reflexão pessoal e pela prática dos Sacramentos. De tal forma que na Constituição da Ordem ele não poderia ser tido como dispensável. Isso significa que mesmo um jesuíta que estivesse doente, impedido de rezar, de frequentar os sacramentos estava dispensado de tudo, exceto do exame de consciência.
Sendo assim, como fazer um bom exame de consciência e caminhar em direção à santidade? Existe um tipo, chamado superficial que é aquele que se detém nos atos, ou seja, nos pecados cometidos durante o dia ou ao longo da vida. Já um exame de consciência profundo é aquele que mergulha no coração. Ora, sabe-se que o que se recolhe ao coração são os hábitos, as disposições habituais que, em geral, dão um rumo à vida. Se os hábitos são bons, a vida ruma para o bem, se são maus, a vida está desorientada. Então, é preciso mergulhar nos hábitos e identificá-los.
Para tanto, a pergunta fundamental que deve ser feita é: "onde está o meu coração?" O próprio Jesus afirmou nesse sentido: "onde está o seu coração, aí está o seu tesouro" (Mt 6,21). É a mesma pergunta que Deus fez a Adão ao entardecer do terrível dia em que o pecado veio ao mundo. Na brisa, Deus queria se encontrar com um amigo e perguntou: "Adão, onde estás?" (Gn 3,9). É precisamente a resposta à pergunta do Senhor que interessa ao exame. "Onde eu estava quando não estava com o Senhor?" foi a forma encontrada por São Josemaría Escrivá de Balaguer y Albas para fazer a mesma pergunta. E a resposta em todos os casos é a mesma: disperso.
O coração do homem precisa estar centrado em Deus e o exame de consciência serve para mostrar o quanto é grande o afastamento, o quanto se está longe de Deus, do centro. Os pecados e as disposições habituais são apenas sintomas desse doença que é a distância do núcleo que é Deus. Portanto, identificar para onde está sendo orientada a vida é parte decisiva na cura.
Definido o exame de consciência, é possível dividi-lo em três partes: a primeira é o chamado "golpe de vista", ou seja, aquele olhar que identifica os atos (superficial) e também aquele mais profundo que olha os hábitos já arraigados. A segunda é a contrição, na qual a pessoa percebe que o pecado não só machuca e destrói, como manda para longe o Céu e aproxima perigosamente o Inferno (atrição). Nessa etapa é preciso dar um passo além, o passo do amor filial, saindo da condição de temor servil, percebendo a ofensa cometida contra o pai amoroso e imbuindo-se de um verdadeiro arrependimento por ter causado a ofensa. "Senhor, eu pequei, perdoa-me". A terceira etapa é a resolução ou o propósito de amar mais a Deus, cortar na raiz os maus hábitos e os vícios arraigados no coração.
A frequência ideal do exame de consciência é três vezes ao dia, segundo Santo Ignácio de Loyola, sendo o primeiro pela manhã, de modo preventivo, olhando para a vida, para os vícios e atos maus costumeiramente praticados, orientando as próprias disposições a não cometê-los. O segundo, logo após o almoço, talvez na Hora Média ou numa visita ao Santíssimo Sacramento, avaliando como o dia foi conduzido até aquele momento e reforçando o desejo de acertar (ou não errar) no restante do dia. Por fim, à noite, antes do dormir, seguindo mesmo as orientações da Igreja que recomenda o exame de consciência antes das Completas.
O exame de consciência noturno é o mais importante dos três, pois não versa somente aquele dia (particular), mas deve ter o caráter geral, da vida toda e de como ela está sendo orientada, colocando diante de Deus toda miséria, louvando-O pelos bons atos realizados e colocando toda a confiança na misericórdia Dele e meditando no fato de que a salvação só pode vir pela Graça divina. Fazendo assim não há dúvida de que a vida será realmente convertida, conduzida para Deus, naquilo que os antigos chamavam de epistrofe, mudar o rumo, a direção da vida, para que a ovelha errante perdida encontre o Pastor da Alma no fim de cada dia e em todos os dias da vida.

Fonte: http://padrepauloricardo.org